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  27/12/2020  •  Geral / Textos diversos  •  516 hits  •  0 comentários ⇣

Vivendo pra ver mais

Ultimamente, por falta de paciência e também de tempo, dei uma "rareada" do Facebook, que, por mais que critiquem, não há como negar, é um espaço interessante de discussão.


Pra quem ainda não sabe, não comungo mais do rótulo de esquerdista - mas, apesar disso, continuo assumindo uma postura progressista. Podem criticar: meu perfil é amigavelmente aberto a todos que conheço. Aliás, por assumir esta postura aberta, até hoje, me orgulho de nunca ter deletado ninguém.


Manter no meu perfil aqueles que eu gosto e, também, aqueles que não faço questão de nenhuma relação de proximidade, me permite conhecer melhor as nuances e os detalhes que constróem a personalidade de cada um. Isso é bom, porque, ao mesmo tempo em que me divirto, leio coisas estarrecedoras, frutos de alguma distorção de personalidade e do ódio que alimenta os ideais de vida das mentes mais extremas, estejam elas à direita, estejam elas do lado oposto.


Meus textos aqui no contraponto.net, ainda que estejam longe de serem perfeitos e de serem a verdade verdadeira sobre todas as coisas, são, dentre outras fontes, fruto das reflexões que faço das coisas que vejo nas redes sociais. O artigo mais acessado, inclusive, surgiu de uma discussão no Facebook.


Mas fico imaginando que a gente só tem uma vida e, em vista disso, pergunto qual o propósito de se dar tanto "tiro" e tanta porrada virtual e o que, em contraposição, as pessoas que fazem isso, procuram realizar de concreto para beneficiar outras pessoas.


Percebi que o que a gente é não é apenas o que a gente recebe do mundo, mas o que a gente aceita dele. Colocar nossa personalidade, simplesmente, como fruto das circunstâncias revela, por parte de quem o faz, não só uma dispensável postura vitimista, mas uma falta de capacidade de enxergar a realidade e de entender que somos inteligentes pra fazer nossas decisões (guardadas as proporções para cada caso).


Felizes aquelas pessoas que, alheias a essas discussões excessivamente ideológicas e cheias de birra, conseguem dispor de um tempo para ajudar os outros de forma concreta e se sentem felizes e realizadas por isso. Infelizes serão aquelas que, ao invés de tentarem transformar concretamente a realidade em que vivem, ficarão eternamente nas redes, xingando, dando "pití", fazendo disputas ideológicas cheias de raivas e que consomem muito mais energia do que ajudam em alguma coisa.


Muita dessa raiva revela apenas o ódio que cada um aprendeu a cultivar, dentro de sua consciência do que faz, justificado e canalizado por seu entendimento do que considera correto. Eu também fraquejo, mas tento fazer um controle sobre isso. Ódio demais só faz revelar o quanto a gente ainda tem que aprender com a vida.


Enfim, continuo nas redes, sem deletar ninguém, vendo tudo, tolerando todos e enxergando o quanto a espécie humana é imperfeita.

Luz.


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