Venezuela: adulteratas, onde estão vocês?

Para fazer uma consideração ao suspeito resultado das eleições na Venezuela de Maduro: se Maduro tem realmente uma relação mais particular e próxima com nosso presidente Lula e com outros presidentes da América do Sul (e, realmente, preza por ela), então, na minha opinião, seria um dever moral dele (Maduro) mostrar que é realmente uma pessoa honesta e confiável e mostrar as adulteratas, ops, atas da eleição e provar que ganhou sem ter feito nenhuma intervenção.

Eleições ocorrem em todos os países (inclusive, no Brasil) e ninguém de outro país fica pedindo provas que sejam sobre seus resultados. Isso porque ninguém duvida da lisura dessas eleições (pelo menos, não existem suspeitas ou traços significativos de algum indício de fraude). Aqui, quando o " Mito" foi vitorioso nas eleições de 2018, a esquerda soube respeitar e ficou silenciosa, mesmo insatisfeita. Aqui dentro de nosso país, todo mundo (com exceção dos próprios bolsonaristas que ganharam) acreditou na lisura de nosso sistema eleitoral (esse mesmo sistema que Maduro disse que não confia), portanto, aqui e lá fora, não se tinha o que questionar. Quando Lula ganhou de volta, na revanche, só um punhado de bolsominions foi se manifestar lá em Brasília, fazendo uma das coisas mais inteligentes que conseguiram fazer: depredar. 

Mas o Brasil em geral aceitou as duas últimas eleições, tanto a esquerda (perdedora naquela e vencedora nesta), quanto o centro e a direita (perdedora daquela), mesmo porque, essa mesma direita que perdeu em 2022 para presidente, ganhou em outros estados para governador. Urnas corretas, eleições democráticas. 

Mas Maduro já tem um histórico de autoritarismo, mortes nas costas, suspeitas de fraudes eleitorais e, nesta eleição, já se consagrou vencedor sem nem apresentar as tais atas das quais tanto se fala. Se as urnas de lá são mais eficientes que as daqui - como o próprio Maduro acha - não seria mais prático e definitivo resolver isso mostrando a prova? 

Lula, então, faz muito bem em ficar com um pé atrás sobre o resultado desse (sus)pleito. Apoiar um indivíduo tão escorrregadio quanto "Nicolás, o imperdível" só vai fazer ele, Lula, se queimar. Nosso presidente (que bom) deve ter percebido definitivamente que "democracia não é uma questão relativa" e que tem que ser levada muito a sério. E a nova história que Maduro poderia ter escrito dele mesmo (como o próprio Lula sugeriu), no mínimo, deixou para as próximas eleições. Nessa, por enquanto, a história se repete.

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